Atualmente, temos disponíveis dois tipos de testes para a detecção do COVID-19: um deles é o padrão ouro e se denomina PCR, detectando o vírus na secreção respiratória; o outro é um teste sorológico que avalia a presença de anticorpos no sangue contra o vírus. Nos últimos dias, os noticiários anunciaram a chegada dos testes sorológicos ao Brasil e a sua precisão tem sido questionada, pois alguns não mostraram resultados promissores.
O Labi optou por um teste aprovado pela Anvisa no Brasil: trata-se do teste rápido da ECO Diagnóstica com insumos da Coreia da Sul, obtendo resultados satisfatórios lá e em outros locais do mundo. O teste é recomendado para ser realizado em sangue total ou em soro, que é o sangue sem as células e os fatores de coagulação.
Iniciamos a nossa validação com 19 pacientes com sintomas objetivos de coronavírus, como febre, tosse seca, falta de ar, perda de olfato e paladar, entre outros. Todos estes 19 indivíduos se mostraram PCR positivos, ou seja, num determinado tempo da doença tinham a presença inequívoca do vírus.
Destes pacientes, apenas 9 (47%, 9/19) revelaram anticorpos circulantes no sangue total. Optamos por realizar o mesmo teste em soro. A sensibilidade analítica de detecção de anticorpos aumentou para 100% (11/11), sendo que os dez que haviam testado negativo no sangue se revelaram positivos no soro.
Vimos que os anticorpos só aparecem após o décimo dia de doença, sendo que a positividade aumenta à medida que os dias vão passando. Este é um dado importante para confirmar que o soro é a melhor amostra clínica para se realizar este tipo de teste.
Além disto, a informação clínica de possuir anticorpos circulantes contra o vírus é importante, pois significa que o paciente já teve contato com o agente e possui anticorpos protetores.
Este é um teste sorológico imunocromatográfico qualitativo que é positivo quando há uma reação dos anticorpos da amostra clínica com um antígeno viral aderido a uma membrana. Por ser qualitativo, a resposta é reagente (positivo – existem anticorpos circulantes) ou não reagente (negativa – não existem anticorpos circulantes), podendo ser positivo somente após o décimo dia de doença.
É importante lembrar que o Teste de Anticorpos Coronavírus (IgG e IgM) não está indicado para a fase aguda da infecção ou paciente graves na fase inicial da doença. Por estarmos realizando o teste da forma mais sensível, que é com o soro do paciente, precisamos fazer uma coleta de sangue venoso e transportá-lo até uma central analítica para centrifugação e separação do soro das células sangue para a testagem, aumentando o tempo de resposta para oito horas.
Isso faz com que o Labi seja o primeiro laboratório a propor uma metodologia que pode ser a solução para aumentar a sensibilidade dos testes rápidos que estão sendo realizados. Acredito que estamos no caminho certo de continuar descomplicando a saúde do Brasil.
Artigo do Dr. Octavio Fernandes
Médico infectologista e vice-presidente do Labi Exames
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