Hoje, é possível levar uma vida saudável mesmo com diagnóstico de diabetes. Os avanços da tecnologia e os novos medicamentos permitem uma vida tranquila ao paciente – quando usados da maneira adequada. O grande inimigo da doença é a falta de acompanhamento. Com o passar do tempo, a pessoa com diabetes se acostuma com os sintomas e não percebe que o mal pode estar avançando. A ausência de check-ups e visitas ao médico podem converter uma simples condição em um pesadelo.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, aproximadamente 13 milhões de brasileiros são diabéticos. Ou seja, 6,9% da população não produz insulina – hormônio que controla a quantidade de glicose no sangue – ou não consegue empregar adequadamente a insulina que produz. E atenção: menos de 30% dessas pessoas estão com a glicemia controlada! Não é à toa que diabetes é a terceira principal causa de mortalidade no Brasil. Por essa razão, se você é diabético ou pré-diabético, faça exames pelo menos a cada 6 meses e evite complicações.
O alto nível de açúcar no sangue faz com que os rins o filtrem além do necessário, fazendo com que substâncias úteis, como a proteína por exemplo, acabem saindo na urina. Na fase inicial, o marcador desta situação é exatamente essa perda. Quando ela é em pequena quantidade (microalbuminúria) existe possibilidade de reversão com intensificação do controle da glicose e uso de medicamentos.
Quando a doença renal é detectada ainda no início, é possível tratar e evitar um quadro pior. Porém, se diagnosticada tarde, quando o marcador de perda de proteína é muito alto, as chances de melhora diminuem consideravelmente. Nestes casos, o paciente pode precisar de um transplante ou sessões regulares de hemodiálise.
Todo diabético pode estar predisposto à perda de visão. Porém, se controladas as taxas de glicemia, é bem provável que os problemas oculares sejam menores ou nem cheguem a existir. Existem dois tipos comuns de retinopatia: a não-proliferativa e o proliferativa. O primeiro é o mais comum.
Não-proliferativo: os pequenos vasos sanguíneos (capilares), que ficam na parte de trás do olho, incham e formam bolsas. Em algumas situações, ocorre a passagem de substâncias entre o sangue e a retina e esse líquido pode ir para dentro da mácula (área da retina especializada em diferenciar detalhes finos). Nesse caso, a visão fica embaçada e, às vezes, pode até ser perdida.
Proliferativo: os capilares ficam completamente bloqueados e deixam de levar oxigênio à retina. Mesmo que ocorra o surgimento de novos vasos, afim de melhorar a situação, eles poderão causar hemorragia vítrea e uma espécie de cicatrização que distorce a retina e que pode causar glaucoma.
A alteração do metabolismo da glicose e as lesões nos pequenos vasos sanguíneos podem causar danos aos sistema nervoso nas pessoas com diabetes. Essa condição provoca dor contínua e crescente, formigamento, sensação de queimadura e ardência, entre outros sintomas. Em estágio avançado, a neuropatia pode reduzir a sensibilidade. Ou seja, a pessoa pode se machucar e não sentir.
A neuropatia diabética é responsável por aproximadamente dois terços das amputações não-traumáticas. Portanto, fique atento aos exames e não deixe de fazer controles periódicos.
Uma pessoa com diabetes também corre um risco maior de ter infarto e AVC. Isso porque a parede interna das artérias, o endotélio, perde sua capacidade protetora e permite a entrada de células anormais. Essa falha permite a formação de placas de gordura, chamada de aterosclerose.
A anormalidade do endotélio, aumenta a chance do revestimento da artéria romper e deixar o sangue em contato com a placa gordurosa. Com isso, a chance de formar coágulos aumenta o que pode resultar em infarto e derrame.
Além dos danos aos rins, nervos, grandes e pequenos vasos sanguíneos e retina, o diabetes pode causar problemas bucais. A glicose alta no sangue facilita o surgimento de bactérias nos dentes. Pessoas com diabetes tem 2,5 vezes mais chance de terem doença periodontal. Nesta situação as gengivas ficam vermelhas, doloridas, inchadas, podem até sangrar e em casos graves, leva a perda dos dentes.
Apesar das complicações rondarem as pessoas com diabetes, o acompanhamento periódico e a realização de exames podem indicar formas de retardar ou reverter esta situação. Os fatores de risco da doença são o controle de glicose, controle de pressão, tempo de convivência com o diabetes e a influência genética.
Como visto acima, o grande vilão do diabetes é o próprio paciente. Se não controlada, a doença pode desencadear diversas complicações.
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