Cerca de 94,5% dos brasileiros podem estar infectados pelo vírus varicela zoster, sob risco de reativação em circustâncias de queda de imunidade. Sua principal característica são as pequenas bolhas dolorosas, podendo ou não conter secreções, que surgem em algumas regiões do corpo.1 2 3
Por conta da importância do tema e como acreditamos que informação de qualidade é aliada da saúde, neste artigo do Blog a consultora médica do Labi Dra. Aline Scarabeli responderá as 8 principais perguntas sobre o Herpes Zoster. Confira.
O Herpes Zoster, também conhecido como cobreiro, é uma doença infecciosa que causa pequenas bolhas que podem ser dolorosas, além de poder ter complicações sérias e prolongadas. Uma delas é a neuralgia pós-herpética, dor aguda nos nervos que pode persistir por anos, sendo capaz de afetar até 30% dos indivíduos com a doença.4 5
De acordo com o artigo no The Journal of the American Medical Association (JAMA) publicado por Jill Jin em 2018, quanto mais velha for a pessoa quando tiver Herpes Zoster, maiores são as chances de desenvolver a neuralgia pós-herpética.6
Segundo a consultora médica do Labi, Dra Aline Scarabelli, “a neuralgia pode ocorrer em diversos graus: casos mais brandos geralmente se resolvem por volta de 14 dias com uso de analgesicos, porém, quadros mais graves e persistentes podem gerar dor crônica e incapacitante no local afetado. Por exemplo, a pessoa pode sentir dificuldade em atividades cotidianas, como se vestir e pentear o cabelo. Essa incapacidade pode ser transitória ou durar meses/anos.”
“Por conta disso, é importante que a proteção para o herpes zoster seja instituída o quanto antes para diminuir as chances dessas complicações”, conclui.
O Herpes Zoster é causado pelo vírus varicela zóster, o mesmo vírus da catapora. Em outras palavras, é como se o vírus “acordasse” após o primeiro contato, mas, em vez de causar a catapora, como normalmente ocorre nas crianças, causa o Herpes Zóster.4
A manifestação do Herpes Zoster ocorre através de uma erupção cutânea, com o formato de pequenas bolhas, em geral, unilateral e seguindo o trajeto do nervo afetado. Outros sintomas podem surgir: 3 4
Durante os próximos 10 dias, as pequenas bolhas vão secar e formar crostas que podem levar até 4 semanas para cicatrizar.3 4
Segundo o Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC), uma das maiores autoridades de saúde do mundo, estima-se que 1 em cada 3 adultos poderá desenvolver o Herpes Zoster, pelo menos, uma vez na vida.4
Qualquer pessoa que já teve catapora poderá desenvolver o Herpes Zoster. Contudo, alguns fatores podem aumentar o risco de desenvolver a doença:4
Por conta de seus sintomas e sinais distintos, o diagnóstico do Herpes Zoster é clínico, examinando suas erupções e pequenas bolhas. Muitas vezes, não é fácil diagnosticar a doença, pois os seus sintomas são muito similares à outras, como herpes simples, dermatite de contato, entre outras doenças.4
Testes laboratoriais são indicados para casos com apresentações menos típicas, como o Herpes Zoster disseminado que causa as lesões fora dos dermátomos (áreas da pele, na qual os nervos vem de uma única raiz nervoso). Esses casos podem surgir em pessoas com sistema imunológico suprimido, por exemplo.3
Um teste com metodologia PCR coletando amostras as lesões com um swab são usados para detectar o DNA do vírus rapidamente.3
O tratamento com analgésicos e antivirais visa impedir que a doença se expanda, além de diminuir a gravidade e duração da infecção e aliviar as dores da neuralgia pós-herpética.3 4
A doença também pode ser prevenida.4 7
De acordo com a Dra Aline Scarabelli, a dor do Herpes Zoster geralmente é controlada com analgésicos em sua fase aguda. “Reavaliamos o paciente a cada 48 e 72 horas para verificar a necessidade de otimização das medicações e, se a dor persistir após o período de atividade da doença, podemos iniciar medicações para neuralgia pós-herpética visando o controle da dor”, completa.
Idealmente, você deve receber tratamento dentro de 72 horas após o desenvolvimento dos sintomas. O médico fará o diagnóstico da doença e poderá prescrever medicamentos para aliviar os sintomas e encurtar a duração da infecção.4 8
¹ REIS, Alexandra Dias; et al. Prevalência de anticorpos para o vírus da varicela-zoster em adultos jovens de diferentes regiões climáticas brasileiras. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 36: 317-320, 2003.
² CLEMENS, S.A. et al. Soroepidemiology of Varicella in Brazil – results of a prospective cross-sectional study. J Pediatria, 75(6):433-41, 1999.
³ MINISTÉRIO DA SAÚDE. Herpes (cobreiro). Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/h/herpes. Acesso em: 17 fev 2023.
4 CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Prevention of herpes zoster: recommendations of the Advisory Committee on Immunization Practices (ACIP). MMWR, v.57, RR-5, p.1-30, 2008.
5 KAWAI, K.; GEBREMESKEL, B. G.; ACOSTA, C. J. Systematic review of incidence and complications of herpes zoster: Towards a global perspective. BMJ Open, 4 (6), 2014.
6 JIN, J. Shingles Vaccination. JAMA, 320(4): 416, 2018.
7 SOCIEDADE BRASILEIRA DE IMUNIZAÇÕES. Benefícios da vacinação. Disponível em: < https://sbim.org.br/covid-19/81-beneficios-da-vacinacao>. Acesso em: 29 mar 2023.
8 National Institute of Aging. Shingles. Disponível em: <https://www.nia.nih.gov/health/shingles>. Acesso em: 29 mar 2023.
Material destinado ao público em geral. Por favor, consulte o seu médico.
Esta publicação é de responsabilidade do Labi.
NP-BR-NA-OGM-230004 – ABR/2023
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