A Vacina Tríplice Viral é uma das vacinas obrigatórias na primeira infância e é muito importante para conter surtos de doenças contagiosas e possivelmente fatais, como o sarampo, a rubéola e a caxumba.
Por conta disso, é imensamente preocupante ver que os índices de vacinação estão caindo. Segundo o Programa Nacional de Imunização, em 2020 apenas 46% das crianças receberam a segunda dose da Vacina Tríplice Viral. Vacinar as crianças é extremamente importante, inclusive durante a pandemia.
De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), nos últimos três anos a mortalidade por sarampo no mundo aumentou em 50% e não coincidentemente o índice de vacinação contra a doença também caiu consideravelmente nesse período. Os indicadores também mostram que em 2019 mais de 207.500 pessoas ao redor do mundo perderam a vida por causa do Sarampo.
A principal e mais importante função da Vacina Tríplice Viral é proteger o organismo contra três doenças infecciosas: a caxumba, o sarampo e a rubéola.
A caxumba, que também é conhecida como papeira, é uma virose frequente na infância e o sintoma mais característico – presente na maioria dos casos – é o inchaço nas bochechas e na mandíbula, produzido pelo aumento das glândulas salivares. A doença causa febre, dor de cabeça e – em casos mais graves – pode acometer outras glândulas, como o testículo, o que pode levar até mesmo à esterilidade. Além disso, uma em cada dez pessoas infectadas com caxumba pode desenvolver meningite viral (inflamação das membranas do cérebro).
Já a rubéola é uma doença infecciosa cuja os sintomas costumam aparecer cerca de duas semanas após o contato com o vírus. A doença costuma causar o aparecimento de pequenas manchas vermelhas na pele que se espalham por todo o corpo, além de coceira e febre baixa.
Apesar da doença não ser grave na maioria dos casos, a contaminação com rubéola durante a gestação pode ser grave e pode deixar sequelas irreversíveis no bebê como: glaucoma, catarata, malformação cardíaca, retardo no crescimento, surdez, entre outras. Por isso, se a mulher nunca teve contato ou nunca se vacinou contra a doença, deve se imunizar antes de engravidar.
Por fim, o sarampo – que já foi uma das maiores causas de mortalidade infantil – é uma doença viral altamente contagiosa que evolui com sinais e sintomas como febre, tosse persistente, corrimento nasal, conjuntivite e pequenas manchas avermelhadas espalhadas por todo corpo.
O sarampo evolui rapidamente e pode ter complicações graves, como otite, pneumonia, diarreia, encefalite e problemas neurológicos, principalmente nas crianças.
Para se ter uma ideia sobre a importância da Vacina Tríplice Viral, a Organização Mundial da Saúde (OMS) constatou que a imunização acelerada teve um impacto gigantesco na redução das mortes por sarampo. De 2000 a 2017, a vacinação contra o sarampo evitou aproximadamente 21,1 milhões de mortes. O número de óbitos pela doença no mundo caiu 80% no período – passando de 545 mil no ano 2000 para 110 mil em 2017.
Vale lembrar que todas as vacinas são seguras, eficazes e não causam nenhum tipo de dano à saúde, pelo contrário, elas fortalecem o sistema imunológico, são a melhor forma de proteção contra doenças graves e ajudam a reduzir drasticamente o número de mortes e hospitalizações por infecções.
Portanto, o que pode acontecer depois de tomar alguma vacina são reações colaterais leves e passageiras que são um indicativo que o sistema imune está respondendo positivamente ao imunizante.
Segundo a Sociedade Brasileira de Imunização (SBim), a Vacina Tríplice Viral causa efeitos colaterais em menos de 0,1% dos vacinados e eles podem incluir: ardência, vermelhidão, dor e formação de nódulo no local da aplicação.
Reações como febre alta (maior que 39,5⁰C), podem ocorrer em 5% a 15% dos vacinados e costumam surgir de cinco a 12 dias após a vacinação, com um a cinco dias de duração.
Em 0,5% a 4% dos vacinados também podem ocorrer sintomas como dor de cabeça, irritabilidade, febre baixa, lacrimejamento e vermelhidão dos olhos e coriza no período de 5 a 12 dias após a vacinação.
Vale lembrar que todos estes sintomas gerais ocorrem principalmente após a primeira dose da vacina.
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm) recomendam que as crianças a partir dos 12 meses de idade sejam vacinadas com a primeira dose da Vacina Tríplice Viral. A segunda – e última dose – deve ser tomada quando a criança completar 15 meses.
Já em situação de risco para o sarampo – como surtos da doença ou exposição domiciliar, por exemplo – a primeira dose pode ser aplicada a partir dos 6 meses de idade da criança. Porém, essa dose não conta para o esquema vacinal de rotina: continua sendo necessário vacinar a criança com duas doses a partir dos 12 meses.
No caso de crianças maiores de 12 meses, adolescentes e adultos não vacinados ou sem comprovação de doses aplicadas, a SBIm recomenda duas doses da Vacina Tríplice Viral, com intervalo de um a dois meses entre uma dose e outra.
A Vacina Tríplice Viral é indicada para adultos, adolescentes e crianças com mais de 1 ano (12 meses) de idade, prevenindo o desenvolvimento da caxumba, sarampo e rubéola e suas possíveis complicações para a saúde.
Atenção: a maioria das crianças com histórico de reação anafilática ao ovo podem tomar a Vacina Tríplice Viral. Foi demonstrado por muitos estudos, que pessoas com alergia ao ovo – mesmo aquelas com alergia grave – têm risco insignificante de reações anafiláticas à vacina. Mas, mesmo assim, é recomendado que estas crianças, por precaução, sejam vacinadas em ambiente hospitalar ou outro local que ofereça condições de atendimento de anafilaxia.
A Vacina Tríplice Viral é contraindicada nos seguintes casos:
A Vacina Tríplice Viral é uma vacina atenuada, ou seja, ela contém formas mais enfraquecidas dos vírus da caxumba, sarampo e rubéola. Essas frações do vírus não são capazes de causar a infecção, mas são suficientes para treinar e proteger o sistema imunológico contra essas infecções.
Lembre-se de que a resposta completa do sistema imunológico ocorre duas semanas após a aplicação da segunda dose e a sua duração, na maioria dos casos, se estende por toda a vida.
A Vacina Tríplice Viral tem um esquema vacinal de duas doses:
Segundo a Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm), está protegido contra o sarampo, a rubéola e a caxumba todo indivíduo que tomou duas doses da Vacina Tríplice Viral a partir dos 12 meses de idade e com intervalo mínimo de um mês entre uma dose e outra.
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