A vacinação contra à COVID-19 no Brasil se iniciou em Janeiro e grande parte da população aguarda ansiosamente o momento de ser imunizado contra a doença para poder respirar mais aliviado e voltar a tão sonhada normalidade.
Porém, apesar da vacina ser a melhor e mais eficaz maneira de frear a pandemia, estar vacinado não dispensa os outros cuidados essenciais para impedir o avanço da COVID-19 e é de extrema importância que as pessoas continuem em casa e não deixem de usar a máscara, mesmo que já estejam imunizadas.
Vale lembrar que isso não significa que a vacina não seja eficaz – pelo contrário – o Instituto Butantan e a Fiocruz já comprovaram que o imunizante impede 100% dos casos graves relacionados à doença. Mas então por que os demais cuidados se fazem necessários? Explicamos os motivos no artigo para esclarecer as dúvidas mais comuns sobre o assunto.
As vacinas contra a COVID-19 disponibilizadas no Brasil precisam de duas doses para ter sua eficácia garantida. Isso acontece pois a primeira dose funciona como um primeiro impulso para o sistema imunológico, é como se ela acordasse o corpo para o vírus, dando um ’empurrão inicial’ na resposta imunológica do organismo. Já a segunda dose, gera uma resposta melhor no processo de imunização, estimulando o corpo a produzir os anticorpos necessários para combater a infecção de maneira mais eficiente e por mais tempo.
Segundo o Ministério da Saúde, até o dia 13 de Abril de 2021, 1.514.340 brasileiros estavam em atraso para tomar a segunda dose de uma das vacinas contra a COVID-19, dado muito preocupante, já que a eficácia das vacinas foi determinada a partir de testes fazendo as duas aplicações.
Vale destacar que quem não toma as duas doses da vacina está mais suscetível a desenvolver as formas mais graves da doença, e por isso, esse indivíduo não contribui muito para o controle da disseminação do coronavírus. Esse é um problema ainda maior em um cenário onde a maioria das pessoas segue sem acesso aos imunizantes.
Um outro problema é que a aplicação de apenas uma dose pode favorecer as mutações do coronavírus e torná-las ainda mais resistentes. Essa possibilidade se deve ao fato de que uma variante do vírus poderia não resistir em um corpo que recebeu as duas doses, mas sobreviver e se multiplicar em um organismo que só tomou uma.
A vacinação tem o objetivo de fortalecer e preparar o nosso sistema imunológico para que o mesmo consiga neutralizar e eliminar o vírus sozinho, antes que ele consiga se infiltrar em nosso organismo.
O imunizante, que tem em sua composição formas inativadas do vírus, estimula o sistema imunológico a produzir anticorpos contra a doença, reforçando a proteção natural do corpo e impedindo que a pessoa seja infectada. Porém, esse processo de imunização não acontece imediatamente e o sistema imunológico tem um tempo de resposta entre a vacinação e a produção dos anticorpos necessários.
No caso da COVID-19, segundo os testes clínicos realizados pelo Instituto Butantan, as vacinas demoram cerca de duas semanas após a segunda dose para surtir efeito. Vale lembrar que se antes disso a pessoa entrar em contato com o vírus, ela pode contrair a doença, mesmo estando vacinada.
Pensando nisso, o Labi conta com o Teste de Anticorpos Coronavírus Anti-Spike (IgG) que tem o objetivo de detectar em nosso organismo os anticorpos anti-coronavírus que são produzidos após a vacinação, permitindo identificá-los com 99% de precisão a partir do 30º dia após completar a imunização (para vacinas com duas doses, o teste só deve ser feito após a aplicação da segunda dose).
Desse modo, as pessoas conseguem ter a certeza de que o organismo reagiu à vacina e desenvolveu a proteção necessária contra o coronavírus.
Todas as vacinas contra o coronavírus tiveram resultados incríveis na prevenção contra as formas mais graves da doença e uma redução quase total das mortes decorrentes da infecção. Porém, ainda não há estudos conclusivos sobre o quão bem elas impedem a transmissão total do vírus, ou seja, é possível que uma pessoa vacinada transmita a COVID-19 para alguém que ainda não recebeu o imunizante.
O que sabemos até o momento, segundo o Centers for Disease Control and Prevention, é que as vacinas impedem a reprodução do vírus no organismo, evitando complicações da doença. Mas isso não comprova com certeza que o indivíduo vacinado não vai transmitir a COVID-19 — que no corpo dela está sendo combatido pelos anticorpos — para outras pessoas.
Por isso, é essencial que quem receber a vacina primeiro mantenha todas as medidas de prevenção, como o uso de máscaras e o distanciamento social, porque, mesmo depois da imunização, ainda não há garantias concretas de que elas não podem ser vetores da doença.
Um fato que muitos não percebem é que o verdadeiro poder da vacina não está na imunização individual mas sim na vacinação em massa, pois somente ela nos protege – não somente como indivíduos – mas também como comunidade. A imunização em massa impede de fato a transmissão em larga escala do vírus, o que por sua vez freia o número de casos e consequentemente de mortes.
Quando a maioria da população é vacinada, cria-se uma espécie de “escudos invisíveis” que interrompem a cadeia de transmissão do vírus, já que o mesmo não irá conseguir se propagar com tanta facilidade. Assim, protegemos indiretamente nossos amigos e familiares vulneráveis à doença. Esse fenômeno é conhecido como imunidade de grupo ou imunidade de rebanho.
O vírus circula de pessoa para pessoa e para conseguir se propagar e se reproduzir ele precisa achar indivíduos que não estão imunizados contra a doença. A vacinação em massa diminui significativamente o número de pessoas suscetíveis à infecção e dessa forma o vírus não consegue mais encontrar vetores suficientes para circular e se propagar e é contido.
Agora, se apenas um grupo é vacinado, interrompe-se apenas as mortes que estão acontecendo naquele grupo específico, mas não se interrompe a transmissão da doença. Ou seja, aqueles que não foram vacinados seguem sendo infectados e espalhando a COVID-19 para pessoas vulneráveis não vacinadas ou pessoas vulneráveis que foram vacinadas, mas não apresentaram uma resposta imunológica protetora.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 70% a 80% da população mundial terá que ser vacinada contra o coronavírus antes de podermos alcançar a imunidade de rebanho e voltar a normalidade. A OMS também já alertou que esse será um processo demorado e que não ocorrerá em 2021.
Até conseguirmos alcançar esse estágio de imunização e impedir o desenvolvimento de bolsões de transmissão e a exposição de amigos e familiares vulneráveis em nossas comunidades, precisamos seguir com os cuidados recomendados por cientistas e médicos para conter o avanço da pandemia.
Todos estamos ansiosos para voltar à normalidade, mas precisamos esperar até ser completamente seguro, assim preservamos o nosso bem-estar e o bem-estar dos nossos amigos e familiares. E não se esqueça que pode contar com o Labi para te ajudar a cuidar da sua saúde de maneira simples e descomplicada nesses tempos difíceis.
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