A transfobia (aversão ou discriminação contra a população trans) é uma realidade cruel, que leva as pessoas trans a abandonarem os estudos e enfrentarem dificuldades de inserção no mercado de trabalho. Além do próprio risco de vida, já que o Brasil, infelizmente, é o país que mais mata pessoas trans no mundo.
Para se ter uma ideia, o Brasil foi considerado pelo 13º ano consecutivo o lugar mais perigoso para uma pessoa transsexual viver. Isso porque pelo menos 125 travestis, homens e mulheres trans, foram assassinadas devido a sua identidade de gênero entre outubro de 2020 e setembro de 2021 no Brasil. Quase o dobro do segundo colocado — o México — com 65 registros. Os dados são do projeto Transrespect versus Transphobia Worldwide (TvT) da ONG Transgender Europe (TGEU).
Além disso, uma das muitas dificuldades que as pessoas trans enfrentam é no acesso e nos cuidados com a saúde, já que que muitas vezes o sistema de saúde não tem o preparo e as condições necessárias para atendê-los, gerando frustrações e negligências.
Para dar luz a estes problemas, dia 29 de janeiro é comemorado o Dia Nacional da Visibilidade Trans no Brasil. A data tem o objetivo de promover reflexões sobre a cidadania das pessoas travestis, transexuais (homens e mulheres trans) e não-binárias (que não se reconhecem nem como homens nem como mulheres). Já que, apesar das conquistas de décadas de luta e ativismo, a transfobia, a rejeição e o abandono familiar, a falta de oportunidades profissionais, a impunidade para atos violentos, e o contínuo discurso de ódio ainda são a realidade da nossa sociedade.
Esta data celebra, acima de tudo, as urgentes pautas que precisam ser discutidas pela esfera pública como um todo.
O Electronic Journal Collection Health realizou uma pesquisa em relação ao desconforto das pessoas transgênero em expressar suas necessidades para os profissionais de saúde, o estudo brasileiro identificou que entre as 600 pessoas trans entrevistadas:
Um estudo anterior já havia demonstrado que 48,7% dos entrevistados transmasculinos, evitaram ou atrasaram o atendimento de saúde nos últimos 12 meses por não se sentirem confortáveis em procurar atendimento ou por que a assistência integral foi inadequada.
Além de tudo, a pesquisa também descobriu que a maioria da população transgênero pontuou a necessidade de apresentar e ensinar aos profissionais de saúde suas necessidades, sendo constatado em 62,7% dos participantes.
Como se ter suas necessidades negligenciadas no sistema de saúde não fosse suficiente, a população trans também tem que lidar com a transfobia e a discriminação, já que essa mesma pesquisa encontrou dados alarmantes sobre a questão: 270 (58,7%) dos transgênero relataram terem sidos discriminados durante o atendimento e 249 (43,2%) disseram evitar o serviço de saúde por já terem sofrido discriminação em atendimentos anteriores.
Entre as formas de discriminação descritas neste estudo, a mais prevalente foi desrespeito ao nome social, seguida por profissionais que desencorajam a explorar seu gênero, que utilizam linguagem ofensiva, que ridicularizam sua condição trans, que se negaram a resolver ou discutir seus problemas, que afirmam aos pacientes não serem transgênero, ter atendimento interrompido ou recusado e, por último, profissionais que recusaram a examinar alguma parte do seu corpo.
Todas essas situações são completa e totalmente inadmissíveis além de serem um crime, já que desde 2019 o Supremo Tribunal Federal criminaliza a homofobia e a transfobia que podem dar de 3 a 5 anos de prisão a quem cometê-las.
Ampliar o acesso à saúde é o principal objetivo aqui do Labi e o nosso propósito é ajudar as pessoas a viverem mais e melhor. Por isso, contamos com o Check-up da Mulher Trans e o Check-up do Homem Trans, já que por meio dessa importante iniciativa, nossos clientes travestis, transgêneros e não-binários realizam os exames fundamentais para garantir uma transição segura e prevenir doenças.
O conjunto de exames permite avaliar as condições gerais de saúde das mulheres e homens trans. Como é necessário uso de hormonioterapia, o monitoramento desses índices é de extrema importância para pessoas trans. Por isso, fazem parte da análise os seguintes exames: Testosterona, Androstenediona, Dehidroepiandrosterona, LH, FSH, Estradiol, T4 Livre, TSH, Cortisol e Prolactina; somados a outras análises, como Hepatograma, Hemograma, e Glicose.
Além disso, um diferencial do Labi é o contato médico com uma recomendação para quem realizou o check-up em caso de resultado alterado em alguns dos exames coletados e como sabemos que nem todas as pessoas trans já passaram pelo processo de mudança oficial de nome, o Labi dá a opção de colocar o nome social no pedido do exame.
Sabemos que este é um pequeno passo no longo caminho que ainda temos que percorrer, porém, ficamos orgulhosos de poder contribuir para que as pessoas trans tenham um acesso mais fácil e mais justo à saúde.
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